7 a 13 jun 2021
residência de criação
Centro de Artes Performativas do Algarve CAPa

meteorologia: tempo para matar
Vitória Teles Grilo
Portugal
direcção artística Vitória Teles Grilo
criação e interpretação Vitória Teles Grilo
texto original Vitória Teles Grilo
apoio à dramaturgia Ana Lobato, Helena Dawin e Miguel Pereira (a confirmar) sonoplastia César Tomé e João Moreira apoio à voz Nuno Lucas
vídeo e fotografia Alípio Padilha e César Tomé
apoio à residência DeVIR CAPA, Pólo Cultural Gaivotas, Companhia Olga Roriz, PenhaSCO
agradecimentos Ana Lobato, Francisco Camacho, EIRA, Equipa e público do Encontro Bienal de Artes Performativas (Re)union 2020 e Miguel Pereira
apoio à produção e difusão REDE MO.RE Associação Cultural
Esta é uma peça inicialmente criada a partir de material autobiográfico sobre a capacidade de desdobramento da figura humana perante um contexto particular de crise.
Nasceu da memória de vários sonhos repetidos onde a figura animal, como ferramenta da transformação e abrigo, teve um papel fundamental na exorcização do imaginário ou da realidade neles vivida. A clareza do que se passava no subconsciente permitiu-me transpor para a realidade concreta muitas questões descobertas apenas através dos sonhos.
Agora acordada, estabelece-se uma relação entre os efeitos de uma crise acesa (que sob o ponto de vista sociológico e filosófico se revela histórica) – de valores éticos e culturais – que atravessamos e as escolhas e direcções de uma figura que emerge e se torna central na peça.
Paralelamente ao seu percurso, está a tentativa desta figura feminina se desintegrar de um lugar comum de género e suas questões adjacentes, para flutuar entre conceitos e ideias como a operatividade de um corpo que deambula entre o masculino e o feminino e a acção autonomizada pela sobrevivência. É disto que esta figura se quer perder. Será então a sua desfiguração (conceptual) que a salva das trevas?
Neste imaginário criado, o caminho da performance surge como ponto de ruptura estrutural do indivíduo pela via do empoderamento precário do corpo.