25 a 30 jul 2022

residência de criação

Centro de Artes Performativas do Algarve CAPa

no meio do caminho

Miguel Loureiro | Teatro Griot

Portugal

encenação Miguel Loureiro
texto Dante Alighieri
dramaturgia Miguel Graça, Miguel Loureiro
interpretação Daniel Martinho, Tiago Barbosa, Zia Soares
cenografia André Guedes
iluminação Daniel Worm
figurinos Neusa Trovoada
movimento Miguel Pereira
design gráfico Neusa Trovoada
produção executiva Aoaní D´Alva
produção Teatro GRIOT
coprodução Cineteatro Louletano
apoios Batoto Yetu, Câmara Municipal de Loulé, Centro Cultural da Malaposta, DeVIR/CAPa – Centro de Artes Performativas do Algarve, Junta de Freguesia da Misericórdia, Khapaz, Polo Cultural Gaivotas Boavista

O Teatro GRIOT é uma estrutura financiada pelo Governo de Portugal – Ministério da Cultura/Direção-Geral das Artes e pela Câmara Municipal de Lisboa

No Meio do Caminho… tem como base A Divina Comédia, epopeia medieval que narra a viagem de Dante pelos três lugares do Além – Inferno, Purgatório e Paraíso.Três actores estão num lugar impreciso, uma sala, um gabinete, um estúdio ou nada disto, em que vão tentando reproduzir o texto, as personagens, os mitos e os vícios de raciocínio ligados a esta obra-prima, que não foi originalmente pensada para ser drama, para ser cena.
Uma certeza: atravessar três projecções metafísicas: Inferno, lugar de condenação e de dor; Purgatório, onde o humano se penitencia e purifica; e Paraíso, pináculo de redenção e meta da aventura.
Sustentam-se as coordenadas desta empreitada nos seguintes pontos: o ponto da fábula, a peregrinação de Dante ao Centro do Mundo, com os diálogos, as acções, as passagens de um círculo ao outro, etc., que poderia bem configurar um drama medieval em estações, à semelhança de obras sacras do teatro litúrgico da época; o ponto moral, questão central na obra. Como dialogar com a moral cristã nos nossos tempos fortemente seculares? O ponto da alegoria, em si, as questões das personagens, o que representam de nós, como nos aproximamos desta escrita alegórica e a reclamamos para nós, nem que seja por uns momentos? Por fim, o ponto simbólico, tornar em matéria teatral tudo o que na obra se joga no oculto, a começar desde logo pelo número 3: Santíssima Trindade, os 33 cantos, as tercenas…as espirais, os vórtices, os estreitos, as bifurcações e os passos em falso deste lugar, a meio do nosso caminho de criadores.