1 a 11 mar 2022

residência de criação

Centro de Artes Performativas do Algarve CAPa

traditio

Joana Castro

Portugal

criação e interpretação Sara Inês Gigante
apoio à criação Maria Luís Cardoso
apoio pontual no processo criativo Rafael Gomes, Tiago Jácome
música e interpretação musical Carolina Viana
cenografia F. Ribeiro
confeção de figurinos Aldina Jesus
desenho de luz Gonçalo Carvalho
residências de co-produção Espaço do Tempo, DeVIR CAPa, 23 Milhas
co-produções/apoios Centro Cultural Vila Flor – A Oficina; Teatro José Lúcio da Silva; Centro Dramático de Viana – Teatro do Noroeste; Centro de Artes de Lisboa – Primeiros Sintomas; Teatro Municipal Baltazar Dias; Centro de Artes do Espectáculo de Portalegre

Onde eu nasci, há uma festa anual em que me visto com o fato de Lavadeira da minha avó para desfilar na procissão. Fazem-se leilões de tratores cheios de lenha. Pintam-se as ruas com sal colorido durante uma madrugada. A Páscoa celebra-se saltando de casa em casa em que todos somos anfitriões e convidados ao mesmo tempo, e no caminho desta rotina ouvem-se bombos. Em dias de festa, cantam-se desgarradas improvisadas ao som de concertinas, e há ainda uns fantoches em ponto grande, de nome Gigantones, que animam a cidade. As gaitas de foles e os bombos nesses dias são o meu acordar. Na casa da aldeia, há um tanque de granito onde se lavavam os lençóis e as cuecas, que se estendiam na relva para “corar”. Setembro é o mês de pisar as uvas nas adegas. Mas estas são as minhas. Eu quero conhecer outras, e torná-las um bocadinho minhas. E depois desta noite, vossas também.