Workshops de Verão 2025
teatro&dança
16th to 19th July

Workshop com Samuel Lefeuvre e Florencia Demestri (dança)
Demestri + Lefeuvre
“Bending Reality”
Durante este workshop, partilharemos com os alunos uma prática de movimento que desenvolvemos ao longo dos últimos anos, livremente inspirada em protocolos utilizados por artistas glitch, conhecida como Circuit Bending. Esta abordagem aplica o conceito de rewiring – o ato de modificar o circuito físico ou as ligações internas de uma máquina para criar glitches que geram novos sons e/ou efeitos visuais – ao corpo e ao movimento. Acreditamos que esta técnica oferece uma forma original e libertadora de explorar a organização corporal no espaço, onde o erro não só é bem-vindo como é celebrado como uma porta de entrada para formas inesperadas e novas. Abre novos caminhos para a improvisação e a criação de movimento.
Gostaríamos também de partilhar uma série de ferramentas de investigação destinadas a desenvolver uma abordagem não antropocêntrica à prática da dança.
– O que significaria conceber o corpo não como um agente, mas como uma paisagem ou um ecossistema?
– Como podemos permitir que o corpo humano se torne uma superfície para projetar imaginários mais do que humanos?
© Michiel Devijver
Florencia Demestri, artista multidisciplinar argentina, vive em Bruxelas desde 2003. Formou-se em teatro, circo e dança contemporânea na Argentina, depois no Brasil, em Cuba e na Bélgica.Nos últimos 15 anos, trabalhou com coreógrafos como Lisi Estaràs, David Zambrano, Finger Six, Groupe Entorse, Monia Montali, François Bodeux e Tumbleweed. Em 2014, fundou a companhia demestri+lefeuvre com Samuel Lefeuvre. Desde 2023, é uma praticante certificada do Método Feldenkrais. Explora a pesquisa somática e questiona as hierarquias e imaginários através dos quais nos relacionamos com o mundo.
© Michiel Devijver
Samuel Lefeuvre, após a sua formação em dança em Caen e no CNDC/ Angers, mudou-se para Bruxelas em 2001 e juntou-se ao Les Ballets C. de la B., actuando em Wolf de Alain Platel, assim como em La Mancha, Patchagonia e Primero/Erscht de Lisi Estaràs. Trabalhou depois com Peeping Tom para as produções Le Salon e Le Sous-Sol. Em 2007, fundou o grupo ENTORSE com a música Raphaëlle Latini, criando espectáculos como ACCIDENS (ce qui arrive), [àut], Haute Résilience e Hantologie. Colabora regularmente com Boris Charmatz/TERRAIN em projectos como 10.000 Gestes, 20 Dancers for the 20th Century, La Ruée e La Ronde. Em 2014, co-fundou a companhia demestri+lefeuvre com Florencia Demestri.
Workshop com Mónica Calle (teatro)
Monica Calle
O ponto de partida será, em primeiro lugar, a criação do grupo enquanto colectivo. Trabalhando a partir da relação com o corpo/ movimento, a palavra cantada e falada. O colectivo como Coro. Para daí passar ao individual. Trabalhando sempre a partir das especificidades de cada participante.Problematizar através da prática o pensamento crítico e artístico.
Mónica Calle é encenadora, atriz e diretora artística da companhia de teatro Casa Conveniente em Lisboa, que funda em 1992, e desde aí tem trabalhado a partir de textos de autores clássicos.
Desde 2007 tem desenvolvido também trabalho de formação com atores e não-atores desenvolvendo projetos de workshops, ensaios, performances e espetáculos de teatro. Em 2009 iniciou um projeto de formação com não-atores na prisão de Vale de Judeus, integrando alguns dos participantes em espetáculos com a sua encenação, posteriormente, e ganhando o prémio de melhor espetáculo de Teatro pela SPA, em 2012. Em 2013, muda-se com a Casa Conveniente do Cais Sodré para a Zona J de Chelas, na periferia de Lisboa, para criar um novo espaço de teatro independente na cidade, e funda a associação cultural Zona Não Vigiada, que se associa à Casa Conveniente, para desenvolver este projeto. Esta mudança marca o regresso à ideia fundadora deste teatro: trabalhar a partir das margens. Em 2017, é condecorada pelo Governo de Portugal com o reconhecimento de Mulher na Cultura – Prémio Maria Isabel Barreno.
Ao longo da sua carreira de 30 anos, foi reconhecida com variados prémios na qualidade de atriz e de encenadora, nas áreas do teatro e cinema.
Mónica Calle é reconhecida em Portugal como parte de uma geração que reconduziu a criação teatral portuguesa a novos caminhos, no início de 1990, e hoje vê o seu trabalho de encenadora a ser fortemente reconhecido internacionalmente, desde a sua bem aclamada criação ‘Ensaio Para Uma Cartografia’ (2017) e depois com a nova criação ‘Carta’ (2021), ambos co-produzidos e estreados no Teatro Nacional D. Maria II. Mais recentemente estreou ‘Só Eu Tenho a Chave Desta Parada Selvagem’ na Áustria em co-produção com o Wiener FestWochen e Festival DDD em Portugal. De regresso ao texto teatral e a convite do TNSJ, estreou “Salomé” no final de 2023, com o qual se aproximou da ópera.
Neste momento, e novamente sem um espaço próprio, Mónica Calle volta a trabalhar no desenvolvimento de projetos em parceria e em circulação por vários espaços das cidades, pensando a natureza dos seus projetos intimamente ligada à exploração das possibilidades de relação do teatro com os locais e contextos em que se desenvolve.
Workshop com Francisco Camacho (dança)
Francisco Camacho
Aspectos coreográficos na improvisação
Propõe-se uma abordagem à dança contemporânea, através de estratégias criativas exploradas individual e colectivamente, numa atmosfera de abertura e de valorização dos diferentes contributos.
O objectivo do workshop é estimular e aprofundar a prática da improvisação, tomando-a enquanto motor de possibilidades coreográficas. Quer-se exercitar a operação sobre o movimento que vai surgindo, identificando e testando diferentes possibilidades de o direccionar, desenvolver e reconfigurar.
O trabalho será desenvolvido em conformidade com as características particulares de cada participante, explorando as suas qualidades expressivas físicas e de presença. Mas será também importante a interacção com o grupo, explorando-se o potencial acrescido da criatividade desenvolvida em diálogo e colaboração.
© Claúdio Marques
Francisco Camacho é coreógrafo, bailarino, membro fundador e diretor artístico da EIRA. Dirigiu 22 espetáculos de grupo e 20 a solo, uns para o palco e outros para espaços não convencionais, a par de 13 obras em coautoria e várias outras em contexto pedagógico, nas áreas da dança e do teatro.
Apresentou-se um pouco por todo o mundo e recebeu os prémios Bordalo/Casa da Imprensa (1995 e 1997) e ACARTE/Maria Madalena de Azeredo Perdigão (1994/95; e Menção Especial 1992/93).
Foi intérprete de Paula Massano, Alain Platel, Lúcia Sigalho, Filipa Francisco, Miguel Moreira e Tonan Quito. Destaca a colaboração regular com Meg Stuart, a par das cumplicidades com Carlota Lagido, Sílvia Real e Fernanda Lapa.
Workshop com Luís Mestre (teatro)
Luís Mestre
O workshop Mutação / Escrita / Interpretação, que se desenvolve ao longo de três sessões, tem como objectivo aguçar a análise e a escrita do teatro hoje.
Na primeira sessão, o dramaturgo e encenador Luís Mestre partilhará o movimento de transformação do drama até à contemporaneidade, abordando autores dramáticos e colocando ensaístas em choque, para depois dotar os participantes com ferramentas de análise crítica e teatral.
Na segunda sessão, os participantes, através de exercícios de escrita, desenvolverão um texto dramático breve ou curto: primeiro individualmente e depois em grupo.
Na terceira e última sessão, desenvolverão a partitura cénica e apresentação ao grupo.
Luís Mestre é mestre em Estudos de Teatro e pós-graduado em Dança Contemporânea. É dramaturgo, encenador, professor de teatro e coach de dança contemporânea.
Como dramaturgo recebeu vários prémios e distinções nacionais e internacionais. Realizou masterclasses com Juan Mayorga, Emanuel Gat, Vera Mantero, Lisbeth Gruwez, Boris Charmatz, Laurence Yadi / Nicolas Cantillon, David Mamet, David Lynch, Werner Herzog, Margaret Atwood e workshops com Adriano e Raimondo Cortese, Jean-Pierre Sarrazac, Guillermo Heras, Sergio Boris, Mohamed El-Khatib.
É director artístico do Teatro Nova Europa.
Datas, horários e outras informações
Workshop com Samuel Lefeuvre & Florencia Demestri
16, 17 e 18 julho das 16h00 às 20h00 (duração total 12 horas)
Workshop com Mónica Calle
16, 17 e 18 julho das 16h00 às 20h00 (duração total 12 horas)
Workshop com Francisco Camacho
17, 18 e 19 julho das 10h00 às 14h00 (duração total 12 horas)
Workshop com Luís Mestre
17, 18 e 19 julho das 10h00 às 14h00 (duração total 12 horas)
preço por workshop 50€
M/16 com ou sem experiência
*cada participante poderá inscrever-se em mais do que um workshop, tendo atenção para não sobrepor horários*
local CAPa – rua Frei Lourenço de Santa Maria 4 8000-352 Faro
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